O Relatório do Instituto Trata Brasil e do Conselho Empresarial
Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), divulgado nesta
quarta-feira (19), põe o Brasil na 112ª posição de um ranking de 200 países conforme seu avanço na questão do saneamento (água e esgotos).
A situação brasileira em matéria de saneamento é ruim, mas não tanto
por essa colocação. Afinal, o mesmo estudo --revelado pelo jornal "O
Globo"-- posiciona a Suécia em 66º lugar e os Estados Unidos, em 71º. O campeão é Palau, país insular da Micronésia que tem por capital Ngerulmud.
A chave para entender o ranking é seu Índice de Desenvolvimento do
Saneamento, um número de 0 (pior) a 1 (melhor). Ele leva em consideração
tanto a cobertura do saneamento alcançado quanto sua evolução recente. Ou seja, fica bem nele o país que tem boas redes de água e esgotos ou as ampliou muito.
O Brasil obteve uma nota baixa, 0,581, porque vai mal
nos dois quesitos. Mas esse índice oculta disparidades regionais
acentuadas: o pior desenvolvimento sanitário está na região Norte
(0,373), e o melhor, no Centro-Oeste (0,660).
Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do
Ministério das Cidades, 81% dos brasileiros têm acesso a água tratada,
mas só 46% têm seus esgotos coletados. Pior, mesmo para essa minoria com ligação à rede coletora, apenas 38% dos dejetos são tratados em estações.
Como ressalta o relatório Trata Brasil/CEBDS, mais grave é que o ritmo
de expansão do saneamento na realidade caiu. Na década de 2000, as redes
cresciam 4,6% por ano, mas de 2010 para cá essa taxa encolheu para
4,1%.
A meta do governo federal é universalizar a cobertura na década de 2030. Para isso, calcula-se um investimento de R$ 313 bilhões, algo em torno de R$ 16 bilhões por ano.
O Ministério das Cidades afirma que entre 2011 e 2013 a média do gasto
anual ficou em R$ 8,5 bilhões. Segundo o estudo, nessa toada os 100% de
cobertura só viriam na década de 2050.
Fonte: Diário do Nordeste
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