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domingo, 7 de setembro de 2014

Estudo diz que arte rupestre achada em Gibraltar foi feita por neandertais

Arte rupestre entalhada na caverna de Gorham, em
Gibraltar (Foto: Reuters)

Uma série de linhas entalhadas em rochas encontradas em uma caverna no sul da Europa pode ser a prova de que os neandertais eram mais inteligentes e criativos do que se pensava. Os desenhos dentro da caverna Gorham, em Gibraltar, são o primeiro exemplo de arte rupestre neandertal, segundo equipes científicas que estudam o local. O achado é importante pois indica que os humanos modernos e seus primos extintos possuíam a capacidade comum de se expressar de forma abstrata.

O estudo, divulgado na segunda-feira (1º) pela publicação da Academia Nacional de Ciência, examinou os sulcos que foram cobertos por sedimentos. Arqueólogos haviam antes encontrado artefatos associados com a cultura neandertal em uma camada superior, o que indicava que os desenhos eram anteriores, segundo Clive Finlayson, um dos autores do estudo.

"É o último prego no caixão da hipótese de que os neandertais eram cognitivamente inferiores aos humanos modernos", disse Paul Tacon, especialista em arte rupestre da universidade Griffith, da Austrália. Tacon, que participou do estudo, disse que as artes exigiram um grande esforço para serem produzidas e seus fins eram rituais ou comunicação, ou ambos. 

"Jamais saberemos o que significou essa marca para quem a fez ou para os neandertais que habitaram a caverna, mas o fato de que eles marcavam assim seu território antes da chegada dos humanos modernos tem profundas implicações para os debates sobre o que significa ser humano e as origens da arte", disse Tacon. 

Mas nem todo mundo está convencido. Outro estudo recente que examina a data de vários sítios arqueológicos pela Europa levanta a possibilidade de que as artes não tenham sido feitas por neandertais, mas por humanos modernos. Os neandertais desapareceram entre 41.030 e 39.260 anos atrás, quando os humanos modernos chegaram à Europa, entre 45 e 43 mil anos atrás, segundo esse estudo, deixando alguns anos de sobreposição.

"Qualquer descoberta que ajude a melhorar a imagem pública dos neandertais é bem-vinda", disse Clive Gamble, arqueólogo da universidade de Southampton, na Inglaterra. "Sabemos que eles falavam, viviam em grandes grupos sociais, olhavam os doentes, enterravam os mortos e eram muito bem sucedidos nos ambientes de gelo. Por isso, entalhes em pedra devia estar a seu alcance". "O que é crítico, no entanto, é a datação", disse Gamble.

Fonte: Ciência e Saúde/G1
 

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