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domingo, 30 de novembro de 2014

Banco Mundial constata ritmo lento em obras financiadas

O Anel Viário em Juazeiro do Norte é obra que está parada desde abril deste ano
Fotos: Elizângela Santos 
 
Juazeiro do Norte. Obras financiadas pelo Banco Mundial, desenvolvidas na região do Cariri, estão em ritmo lento, segundo avaliação dos técnicos do órgão internacional. A constatação foi verificada com missão de uma equipe de técnicos realizada recentemente na região, para averiguar o andamento de diversas obras em execução, em cidades como Juazeiro do Norte, Crato, Santana do Cariri e Barbalha, entre outros municípios. A meta é que haja avanços no próximo ano.

O nível de complexidade de algumas obras, além de mudanças técnicas nos projetos, mesmo em andamento, podem ter causado a demora na execução de algumas delas e até mesmo o começo da execução de boa parte dos projetos. O investimento nos projetos da região, incluindo o Estado com o banco e as contrapartidas dos municípios, chega a R$ 132 milhões.
 
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A Cachoeira de Missão Velha é um dos geossítios que receberá infraestrutura e mais segurança aos visitantes. No entanto, as obras só foram iniciadas.

Uma das obras que está parada desde abril deste ano é a Anel Viário, em Juazeiro do Norte, e um dos principais motivos justificados diz respeito à desapropriação de terrenos e casas na área da construção, mas mudanças técnicas na obra também tiveram que ser feitas, segundo a Secretaria das Cidades.

Alguns dos casos têm sido em relação ao próprio processo de negociação com os proprietários, já que alguns imóveis têm mais entraves do que outros. A coordenadora do Projeto Cidades Ceará, Rita Bezerra, disse que a obra deverá ser retomada no município até o fim do ano.

O anel viário foi iniciado e um mês depois praticamente chegou a ser paralisado, na primeira etapa dos três trechos, com de 3,4 quilômetros. O valor orçado era de R$ 3 milhões. O projeto é financiado pelo Banco Mundial, em parceria com o Governo do Estado e administração local. Mas, mesmo assim, apenas num pequeno trajeto foi feita a terraplenagem. Os serviços, porém, ficaram interrompidos nessa etapa da obra.

Outras obras, como a Encosta do Seminário, em Crato, e a Vila da Música, além da estrada da Bela Vista, também no município cratense, foram avaliadas pela equipe composta de arquitetos, engenheiros, assistentes sociais e integrantes da Secretaria das Cidades e Banco Mundial.

Supervisão

Segundo a gerente geral do projeto junto ao Banco, Alessandra Campanaro, o órgão financiador cumpre duas missões por ano de supervisão das obras, além das visitas técnicas, caso ocorram problemas específicos. Ela disse que foram avaliados os vários aspectos e avanços dos projetos.

Em geral, Alessandra Campanaro admite que os projetos estão caminhando de forma lenta na região, em função de vários obstáculos. Para a gerente, grande parte dos problemas que ocasionaram o atraso advém do começo do projeto, e que ainda se está tentando recuperar prazos em função dessa situação. Todos os projetos para o Banco, segundo ela, são considerados prioritários, alguns deles bem maiores e complexos, a exemplo da Encosta do Seminário, avaliado em R$ 24 milhões, após mudanças realizadas desde a fase inicial, que era de R$ 18 milhões.

Outras obras muito importantes, conforme a equipe, é a da Avenida do Contorno, que ocorre tanto em Juazeiro do Norte, como em Barbalha. "Cada uma tem a sua própria função de acompanhar o desenvolvimento na área", diz Alessandra. As obras de infraestrutura do Geopark Araripe, após vários meses, foram iniciadas em quatro geossítios. Cerca de R$ 4 milhões serão investidos no projeto, que já recebeu melhoria na sinalização no Cariri.

De acordo com Alessandra, algumas obras tiveram desenhos técnicos que não foram tão detalhados, e no bairro Seminário chegou a apresentar problemas porque os primeiros foram feitos há seis anos. Ela também destaca o aumento nos preços dos materiais de construção e o impacto na obra, que acontece no cálculo final do projeto.

Em relação às obras do Geopark Araripe, Alessandra ressalta que algumas coisas já foram feitas, como placas de sinalização e outras estão sendo encaminhadas, a exemplo do plano de gestão do Geopark. Ela diz que há um andamento das obras e tem muito espaço para se fazer diversos projetos no local, principalmente no contexto de gestão dos seus espaços.

Outra obra realizada na região é a Vila da Música, que está sendo construída no Belmonte e deverá ser inaugurada em março do próximo ano. O projeto, um antigo sonho do monsenhor Ágio Moreira, dá para ser contemplado da sua janela, e será voltado para educação musical, com toda uma infraestrutura. Havia a possibilidade do Festival de Cordas Ágio deste ano ser realizado no local, já que ocorre em janeiro, com alunos, ex-alunos e músicos convidados.

Desapropriações

No Seminário, em Crato, as obras da encosta, segundo o secretário da Cidade, José Muniz, já atingem cerca de 40% do total, e foram realizadas desapropriações na região, além de avanços nos serviços da área do 'vulcão', nome dado à maior erosão existente, apresentando sérios riscos à comunidade, além de mais três encontradas após o começo do projeto. O grande buraco já foi aterrado e paredões de concreto estão sendo construídos no local.

Alessandra Campanaro admite que, nesse momento, serão focados o tempo de execução desses projetos, para dar andamento, com o orçamento já disponível. São duas missões realizadas durante o ano, e a coordenadora Rita Bezerra admite que, quando é feito acordo de empréstimo, essas iniciativas constam no acordo, mas que, de certa forma, traz mais segurança para o andamento dos projetos. Em relação aos atrasos, ela justifica a questão da burocracia, além da própria complexidade existente em cada projeto. De acordo com Rita Bezerra, muitos deles precisam de readequações e são licitadas de acordo com a diretrizes do banco internacional

Em relação aos últimos projetos de engenharia, foi realizado o do Geopark, mas ela destaca os outros dois trechos II e III do Anel Viário, em Juazeiro do Norte. A obra está parada no trecho I, conforme a coordenadora, devido a um projeto hidrológico da obra, que teve de ser refeito, além das desapropriações, que a prefeitura local diz que foram concluídas. A mudança resultou num replanilhamento, que pode levar a uma redução ou aumento no valor da obra.

Mais informações:
Secretaria das Cidades
Avenida General Afonso Albuquerque Lima
Edifício Seplag - 1ºAndar
Cambeba
Fortaleza
Telefone: (85) 3101.4488

Elizângela Santos
Colaboradora

Fonte: Diário do Nordeste

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