A seca que castiga o Ceará muda a vida do homem do campo. Sem condições
de plantar por causa da falta de chuvas, agricultores deixam a lavoura e
procuram outras atividades para garantir sobrevivência.
No distrito de Esperança, sertão de Canindé, distante 120 quilômetros
de Fortaleza, a saída encontrada por um grupo de homens foi se dedicar à
costura, atividade mais comum entre as mulheres. É o caso de Otácio
Silva que no novo ofício chega a faturar duas vezes mais do que na
agricultura. Wilson Abreu deixou a lavoura de algodão há cinco anos para
dar acabamento às peças. "Na seca não se produz e agora tudo o que a
gente faz o povo leva, é tudo ventido". No estado, a atividade de corte e
costura emprega 20% dos trabalhadores formais.
A ideia para a nova profissão veio de Francisco Gomes. Ele perdeu a lavoura de algodão há dois anos e se mudou para Fortaleza
onde conseguiu um emprego em uma indústria de confecções e tudo o que
aprendeu na capital levou para o distrito de Esperança. Juntou outros
trabalhadores e agora produz cerca de três mil peças a cada dez dias de
trabalho. Para escoar a produção, comprou um carro e vende as peças nas
feiras de Canindé, Cascavel e Horizonte, cerca de 10 vezes mais do que ganhavam na roça.
Fonte: G1
Fonte: G1
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