A líder comunitária Antônia Fabiana, residente em Vazante do Ipu
denuncia que sua cisterna de polietileno foi instalada de forma errada,
o
que lhe tem causado transtornos
FOTO: ANTÕNIO CARLOS ALVES
Canindé. Enquanto o governo busca expandir o programa
de instalação de cisternas como fundamental para o convívio com a seca, o
uso está sendo prejudicado pela forma inadequada na instalação. A líder
comunitária Antônia Fabiana Sousa Barros anos, residente na Comunidade
de Vazante do Ipu, zona rural de Canindé, diz que o equipamento tem sido
ineficiente porque foi colocado de forma oblíqua, comprometendo a
captação da água.
Segundo ela, o equipamento foi instalado de forma errada e a água que
desce pelas calhas não chega ao sugador da bomba, porque está inclinada
para baixo. "Até para retirar com o balde içado em uma corda é ruim,
porque fica muito alto'', lamenta a sertaneja.
O cano adaptado ao telhado fica mais acima do espaço que desce a água
e, assim fica complicado o bombeamento até a vasilha. Ficou uma parte
alta e outra baixa, sem manter o nível correto, por isso gerando perdas
hídricas, porque tem chovido bem na região.
"Espero que o Superintendente da Fundação Nacional de Saúde no Ceará
Germano Fonteles tome conhecimento desse problema. Fizeram tudo errado e
agora a prejudicada sou eu. A cisterna seria a única coisa boa que
ganhei nessa seca, mas infelizmente ainda não deu certo", lamenta
Fabiana.
Para tirar água é preciso muita perícia. Em pé sob uma cadeira dona
Antônia Fabiana puxa um balde amarrado em uma corda três vezes ao dia,
quando tem água da chuva. "Se tivessem feito o serviço completo não
estaria passando por uma situação dessa", diz em tom de revolta.
Desconhecimento
O coordenador do Programa das cisternas de polietileno em Canindé,
Júnior Mourão, disse que não tinha tomado conhecimento do fato, mas
garantiu que vai enviar uma equipe ao local para averiguar o que
aconteceu. "Não posso precisar porque não vi o caso, mas vamos analisar
com cautela e tentar resolver de vez a situação'', disse.
Outro fato que deixa a população de Vazante do Ipu revoltada é a
construção de uma cisterna de placa em terreno, onde a obra hídrica foi
construída primeiro que a casa.
No local, a residência ficou abandonada e a cisterna de número 197.472
está sem nenhuma serventia. "Isso revolta, porque existem tantas
famílias precisando de um espaço para coletar água e aí constrói uma
cisterna onde nem a casa ficou pronta e nem sequer tem gente para
consumir o precioso líquido", reclama. Ela conta que foi mandado um
ofício para a Secretária de Desenvolvimento Agrário denunciando o
problema, não houve resposta até o momento, segundo Fabiana Sousa.
Canindé foi contemplado com 2.057 cisternas de polietileno e 700 de
placas, mas ainda faltam serem instaladas muitas delas. Exemplo são as
comunidades de São Bernardo, Nova Aurora, Ipueira Cumprida, cavaram os
buracos e as cisternas não foram instaladas. Os moradores estão
prejudicados porque está chovendo bem e a água sendo desperdiçada.
Segundo a Fundação Nacional de Saúde, a entrega das cisternas tinha
previsão para o mês de junho de 2013, mas a maioria não chegou ao
destino planejado. As vagas dos reservatórios viraram armadilhas, porque
estão com os espaços cheio de água. "Isso é muito perigoso uma criança
vir a morrer afogada, porque o buraco tem 1metro e 20 centímetros de
profundidade e 3 metros e 20 de largura'', denuncia a líder comunitária
de Japuara Clara de Assis, que teve sua cisterna instalada depois que
ameaçou fechar a BR-020 por conta da morosidade na conclusão das obras.
Antônio carlos alves
Colaborador
Colaborador
Fonte: Diário do Nordeste
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