Expressão de fervor religioso da região envolve várias
manifestações culturais fotos: Augusto Pessoa
A multidão que se reúne para reverenciar o padroeiro de Barbalha
inspirou o trabalho que utilizou três câmeras, para registros
simultâneos.
Os primeiros movimentos foram filmados, seguindo
a linha do
tempo, com a chegada dos grupos
Fotógrafo é premiado com registro de manifestação católica em homenagem a Santo Antônio
Barbalha. O tão sonhado registro no Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ainda não ocorreu com a Festa de Santo Antônio de Barbalha, que envolve as mais variadas manifestações culturais. Mas a própria plasticidade e originalidade da festa têm sido foco de pesquisa para os mais diversos profissionais brasileiros. O fotógrafo Augusto Pessoa, que há mais de 10 anos tem realizado registros sobre o evento e suas manifestações culturais, é um deles.
Barbalha. O tão sonhado registro no Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ainda não ocorreu com a Festa de Santo Antônio de Barbalha, que envolve as mais variadas manifestações culturais. Mas a própria plasticidade e originalidade da festa têm sido foco de pesquisa para os mais diversos profissionais brasileiros. O fotógrafo Augusto Pessoa, que há mais de 10 anos tem realizado registros sobre o evento e suas manifestações culturais, é um deles.
Com o documentário O Pau da Bandeira, realizado em 2012, tem sido
premiado em vários festivais do Brasil e ampliado a visibilidade do
evento no Brasil. Os mais recentes prêmios são do Festival Brasileiro de
Filmes de Turismo, Aventura e Sustentabilidade, o Fatu 2013, em Paraty,
Rio de Janeiro, com o melhor filme profissional e melhor montagem, além
de ser selecionado para o Festival do Filme Etnográfico do Recife, em
outubro do ano passado, Cinema da Fundação, em Recife-PE, e para o
Clemont Ferrant, na França.
O filme procura resgatar toda as nuances da festa, em sua diversidade
cultural, com os grupos de tradição. A direção além de Augusto, é
realizada pelo cineasta Felipe Wenceslau, com fotografia de ambos e mais
Hélio Filho. Além dessas premiações, o trabalho arrancou o prêmio de
melhor fotografia, no Curta Canoa - 2012, em Canoa Quebrada, no Estado
cearense, e na mesma categoria, venceu em 2012 o Festival Latino
Americano de Cinema da Amazônia 2012.
Revistas
O filme registra a atividade de carregamento do Pau da Bandeira,
realizado anualmente na cidade de Barbalha, no Cariri cearense. Augusto
Pessoa documenta fotograficamente a festa desde 2002, tendo publicado
reportagens em revistas como a National Geographic, Continente, entre
outras.
Em 2012 convidou o cineasta paraibano Felipe Wenceslau e produziu o
curta que tem 20 minutos de duração e faz uma leitura fotográfica das
manifestações culturais que circulam o cortejo de carregamento do Pau da
Bandeira. "Fazer esse filme foi para mim a confirmação de 10 anos de
escolha fotográfica, quando em 2000 iniciou um processo de documentação
fotográfica, que não tem data para terminar, mesmo estando morando agora
fora da região. A riqueza da cultura popular do interior do Ceara é
presença marcante na minha trajetória como fotógrafo e foi desse
incrível relicário aprendi muito do que hoje caracteriza o meu
trabalho", diz.
Com a presença de dezenas de grupos de tradição popular, a festa de
Barbalha, atrai uma multidão de milhares de pessoas logo no dia inicial,
com o cortejo de carregamento do Pau da Bandeira. É um momento de
devoção, seguindo uma tradição de mais de cem anos.
Todo um resgate da festa foi realizado durante os últimos anos, no
intuito de preservar essa memória cultural. O trabalho foi realizado por
diversos pesquisadores, incluindo historiadores de Barbalha, dando
origem a publicações como o livro 'Sentidos de Devoção - Festa e
Carregamento em Barbalha', lançado no ano passado, com exposição sobre a
festa no prédio histórico do Casarão Hotel da cidade.
Os primeiros registros do fotógrafo foram direcionados inicialmente à
diversidade da cultura regional. "Fiquei impressionado com a cultura
popular, a religiosidade e com o rico patrimônio natural e arqueológico
da Chapada", destaca.
Dentre as manifestações, uma a que se deteve, em especial, por reunir
as diversas expressões, foi a festa do Pau da Bandeira. Em 2002, teve um
registro de destaque da festa na National Geographic e anualmente ele
passou a registrar a celebração.
A ideia de fazer o filme veio em 2010. Em dois anos seguidos, após uma
década de registro do cortejo e suas diversas manifestações, Augusto não
pôde participar dos festejos, e em 2012 fez o documentário. O destaque
maior está na fotografia.
As premiações, como ele mesmo diz, não poderiam ser para um segmento
diferente. Com o cineasta paraibano, Felipe Wenceslau, e o vídeo maker
cearense Hélio Filho, que integra a equipe de meninos formados na
Fundação Casa Grand, em um só dia, na abertura dos festejos, os
trabalhos foram iniciados ainda cedo, antes do amanhecer, quando os
primeiro grupos de tradição saem às ruas para reverenciar Santo Antônio.
Diversidade
O registro é feito até a chegada do mastro com cerca de três toneladas,
na praça da igreja matriz . "A ideia central do documentário é mostrar a
diversidade de manifestações culturais que compõe essa festa, com foco
na fotografia", enfatiza Augusto. Há depoimentos dos brincantes,
personagens principais da festa.
Os primeiros movimentos foram registrados, seguindo a linha do tempo,
com a chegada dos grupos. "O filme foi produzido sem um roteiro
específico. A festa em si foi o roteiro. Nos separamos e gravamos tudo
com três câmeras, única maneira de conseguir captar cenas que acontecem
simultaneamente, como por exemplo a missa e o início de carregamento do
tronco", afirma Augusto Pessoa. (ES)
Fonte: Diário do Nordeste
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